Quase novembro termina. Dezembro anuncia mais um final de ano.
Logo adentramos dois mil e vinte. Quanto tempo mais poderemos observar o sol nascer. A chuva cair. O vento assoprar.
Vinte e nove de novembro é a data que hoje se mostra no calendário. Amanhã é sábado.
O dia hoje amanheceu cinzento. Choveu durante a noite. Quase não percebi. Fechei a janela do meu quarto para tentar dormir mais um pouco.
No entanto, para quebrar o desencanto, acordei a mesma hora se sempre. O relógio mostrava exatas cinco e meia da manhã. Abri a janela. E deixei a claridade entrar devagarinho. Para que eu me acostumasse a ela. Cadinho a cadinho.
Mais um final de semana que se anuncia. Deixei o meu apartamento mais tarde que o costume. Tinha de levar uma carga de material de construção à obra que minha esposa fazia. Assim procedi.
Saí não sem antes fazer uma visita ao meu querido Theo. Acontece que ele estava febril. Deixei-o aos cuidados da sua amável babá. O Dom dormia o sono dos anjos.
Agora, já na minha oficina de trabalho, antes das oitos, mais tarde que o costume, escrevo.
Mais uma sexta-feira que chega prenunciando mais um final de semana. O último deste mês de novembro.
Foi-se mais um dia na minha vida. Finda-se mais um mês. Em poucos dias termina o ano.
Janeiro entra anunciando esperanças renovadas. Tomara que meu vaticínio se concretize.
Em verdade dois mil e dezenove não foi um ano fácil. O país atravessa tempos nebulosos.
Oxalá, no próximo ano, as coisas melhorem para todos nós. Que o emprego se torne uma conquista para a maioria dos brasileiros. Que a corrupção tenha freios. Que todos aqueles condenados cumpram a pena como a justiça determina.
Foi-se mais um ano. Em alguns dias estarei um ano mais velho. Precisamente no dia sete, deste dezembro entrante, aniversariarei.
Foram-se dias. E como passa o tempo. Não mais tenho vinte anos. Os quarenta ficaram pra trás.
Acordei com a mesma sensação de sempre. Ávido para começar um novo dia.
Aqui cheguei mais tarde que o costume. Mesmo assim tirei um tempinho para mim.
Foi-se mais um dia. Quase termina o ano.
Espero, de coração a larga, que o próximo seja melhor. São estes os meus votos.
Não apenas para mim. Como para todos os brasileiros. Estendo meu afetuoso abraço aos estrangeiros.
Foi-se mais um dia. Entra dezembro.
O que fazer pra deter a fúria do tempo? Nada. Apenas observar o murmúrio do vento. O despencar da chuva. O sol aparecer no horizonte.
Agora, perto das oito, tenho de começar a minha rotina de médico. Quanto tempo se passou? Desde quando comecei este texto?
Foi quase meia hora. E como me foge o tempo.