Bem que gostaria de mudar o mundo

Mudar é preciso. Metamorfosear-se em outra pessoa faz falta.

Trocar a roupa a cada dia. Mudar de atitude. Se transformar em outra pessoa é tão importante como o ar que se respira.

Pena que nem tudo é possível. A cada dia que nasce, um dia lindo como este, ao acordar, e me olhar no espelho, percebi, contrafeito, que sou a mesma pessoa. O mesmo idoso envelhecido, um tanto cansado, dir-se-ia fatigado, exaurido por estes tempo ruins por que temos passado.

Tudo vai mal. Respira-se um ar de contrariedade em todos que passam.

Não se veem abraços, sorrisos de alegria. A tal pandemia tem feito vítimas mundo inteiro. Por aqui mais e mais óbitos são observados. Hospitais lotados. Profissionais de saúde a beira da exaustão. Se assistirmos pela televisão ficamos mais e mais assombrados. São estatísticas cruéis. O comércio, por mais que tente retomar o ritmo, portas são fechadas. E a crise se instala de norte a sul do país.

A crise mostra os dentes banguelas. O desemprego faz vítimas entre os jovens. E os de mais idade não ficam atrás.

Por onde quer que se ande só se observam notícias ruins. Pra onde foi a alegria dos tempos de outrora? Parece que a tal felicidade está perdida e não se encontra jamais.

Bem que gostaria de mudar o mundo a minha maneira.

Um mundo menos desigual. Onde não se observassem pessoas a margem extrema da pobreza. Onde os mendigos não precisassem estender as mãos.

Neste mundo, imaginário, as doenças não existiriam. Os hospitais seriam lugares de laser. As ruas fossem repletas de pessoas felizes. O desemprego teria um ponto final. As cidades não estariam tão cheias de gente. O campo se tornaria uma opção de vida especial.

Neste mundo, onde viveria, não existiria tanta desigualdade. Os pobres se igualariam aos mais bem aquinhoados. As doenças seriam de fácil controle. A saúde estendida a todos como um direito inalienável.

Se pudesse mudar o mundo, a minha maneira de ver, não existiriam tantas crianças fora da escola. O estudo seria de excelente qualidade. E as universidades de portas abertas a qualquer jovem que tivesse interesse de nelas se graduarem.

Neste mundo, onde gostaria de viver, a natureza fosse respeitada. Os mares limpos de impurezas. Os rios correndo soltos pelas pradarias.

Neste mundo, ah, se eu pudesse transformá-lo.

Começaria por transformar a mim mesmo. Não seria tão exigente. E passaria a tolerar os defeitos de terceiros.

Neste mundo, novo mundo, a chuva cairia no tempo certo. Não haveriam secas cruéis. Nem ao menos enchentes a desabrigar pessoas.

Neste meu mundo, transformado, não haveriam noticias ruins. E apenas as melhores seriam veiculadas pelo noticiário. Aí sim, seriamos felizes a nossa maneira.

Neste mundo, no qual gostaria de viver, nestes anos que me faltam, seriam proibidos reclames. E apenas sugestões para que cada vez mais sejamos melhores.

Neste mundo, transformado, o sol apareça no céu azul quase sempre. E, de quando em vez, a chuva caia sem causar estragos. Nada como alternância entre a chuva  e o sol. Com o arco íris como pano de fundo.

E como gostaria de mudar o mundo! Dá-me pena. Se não consigo mudar nem a mim mesmo.

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