Passam os anos…

Com que velocidade os anos passam.

Ontem éramos meninos. De repente mudamos de comportamento.

De meninos travessos deixamos as brincadeiras de lado.

A escola nos esperava de portas abertas. Os estudos apenas se iniciavam.

E a gente trocava de idade. O primeiro degrau era superado.

E quando pensávamos que tudo seriam brincadeiras de criança a doce infância nos acenava com a responsabilidade de nos enveredarmos por algum caminho a escolher. E muitos ficavam à beira do caminho. Sem estudos não se ia ao longe.

Doces lembranças de nossa infância. Com nossos pais ao nosso lado as nossas dificuldades eram facilmente sanadas. Até que um dia eles faltaram. Foram perdas irreparáveis.

E a gente continuava a crescer. Não em estatura. Em sim em conhecimentos.

A profissão eleita já havia sido escolhida. A experiência só veio com o passar dos anos.

E quantos desenganos a gente sofreu. A perda daquela namoradinha, que um dia nos trocou por outro, foi a primeira decepção em nossa vidinha curta até então.

E o tempo continuou a passar. De jovens passamos a adultos compenetrados. Mas nunca perdemos a nossa identidade. Ela apenas mudou a nossa cara. De repente vimos a nossa face encher-se de pelos. Aquele bigodinho fininho foi raspado defronte ao espelho. Que foi nosso confidente de que estávamos ficando velhos. Ainda produtivos. Pensávamos ainda distantes de nosso ponto final.

E como o tempo passa. De repente passamos o tempo todo pensando em criar familia. Vieram os filhos. Sobrevieram nossos netos. De repente nos transformamos em avós. Com que alegria passamos a cuidar de nossos netinhos. Através deles pensamos que estávamos rejuvenescendo. De novo o tempo indica que a idade da decrepitude chegou.

Neste ponto da encruzilhada, ao atingirmos certa idade, nada mais nos resta senão esperar o fim da vida. Espero seja na minha casa.  Jamais numa casa de idosos.

E como o tempo passa. E ele passa veloz como escorrem as horas. Agora são sete e pouco. Em poucos minutos a manhã se transforma em tarde. E a noite chega. Outro dia nasce.

Pena que a gente não possa renascer. Como renasce outro dia.

O tempo passa. Ultrapassam as horas. Escorrem os minutos.

E quando a gente percebe lá se foi mais um dia.

E quantos mais nos restam? Levando com ele parte de nossa existência.

Quando mal percebemos já estamos ao final da vida. Melhor nem pensar assim.

Mas como pensar ao contrário? Se o tempo passa. Veloz como o vento. Hoje choveu durante a noite. Agora o sol volta a brilhar.

Nuvens cinzentas ainda persistem. Mais tarde deve voltar a chover.

De nada adianta tentar deter a marcha inclemente dos anos. De repente não temos mais vinte anos. Os trinta se foram. Sobrevieram os quarenta. Deixamos pra trás os cinquenta. Muitos nem chegam adiante.

Hoje já ultrapassei os setenta. Espero continuar por muitos anos mais.

Sabido e ressabido que os anos passam. E a gente não fica imune a passagem do tempo.

O meu desejo é persistir por anos a fio. Mas não sei se irá prevalecer a minha vontade. Que os anos digam amém.

 

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