Se dependesse da vontade alheia…

Nunca me aprouve esperar as benesses de terceiros.

Do poder constituído pior ainda.

Se bem que a gente paga os nossos impostos. Em janeiro a esse somam-se a não sei quantos tantos. É o IPVA. O de outra sigla parecida. Chamam-no IPTU. O INS, mesmo aposentados engrossam os nossos boletos. O material escolar que felizmente já deixei a incumbência aos meus filhos. Quem pariu Mateus que o embale e cria.

E outras taxas e impostos que levam nossa renda à bancarrota. E dizem que o salário mínimo vai subir. Pra mim sobe tanto quanto o pênis do vovô se nem com Viagra ele pruma. E o tal pinto que não apita mais nem inspirado em capim novo.

E a gente tenta respirar e inspira o ar poluído que sai da fumaça dos canos de descarga poluentes e mal cheirosos. E ainda as autoridades desejam sobretaxar o ar que respiramos. Como se fosse de boa qualidade e no entanto não é.

Nunca me soou bem viver das benesses do poder público. Dos tais prefeitos, secretários de obra pior ainda. Dos edis quero distância. Da lonjura da terra a lua. E foi num deles que votei. E acabei malogrando meu voto. Deveria sim cobrar caro quando despejei minha cédula na urna. E seria de bom alvitre trocar meu voto por dez sacos de cimento ou cem milheiros de tijolos de cerâmica pelos quais cobram seu peso em ouro. Mas acabei votando segundo os ditames da minha consciência e enterrei meu burro n´água suja. E me sujei também.

Estamos em tempos de chuvarada intensa. As estradas mais parecem crateras cheias de água como se fossem da lua. Só que lá ainda não encontraram este líquido preciosa e finito.

Foi nesta tarde de sábado, quente e úmido, quando fui dar um pulinho de saci Pererê de duas pernas boas nas bandas nada musicais da minha estrada que une Ijaci a minha roça.

Em mais de quarenta anos de vai e vem nunca vi esta estrada curta em condições tão precárias.

 

São vacas atravancando o tráfico. Regos d’água correndo quais ribeiros. Costeletas. Que bom se elas fossem de leitãozinho assado pururucando. Buracos suplicando licença para o outro buraco mais profundo ainda passar. Valetas que de tão grandes causam defeitos em nossos autos.

E todo os tipos infinitos de percalços que impedem a gente de passar adiante.

Foi neste mesmo sábado. Já que os pedidos de melhora ao poder público não davam eco naqueles ouvidos moucos.

Deparei-me com o Tião Gasolina e um monte de gente com pás e enxadas nas mãos.

Era um mutirão para melhorar o caminho. Já que este estava levando todos ao mau caminho.

E as pessoas que naquele trecho de estrada labutavam sem salários ou ajuda do poder constituído penavam para tentar retirar da estrada algumas voçorocas de maior tamanho.

E bem que tentavam, mas nada conseguiam por falta da máquinas adequadas.

E eu parei um cadiquinho bem pouquinho. Pois a pressa ameaçava me comer pelos calcanhares mordidos por pernilongos.

Foi quando o meu amigo Tião Gasolina Impura me disse: “oh! Se a gente dependesse da boa vontade alheia iríamos dar com o burro n´água. Cabe a cada um de nós um cabo de enxada para nos tirar do apertume. Se a gente esperar a chegada das máquinas da prefeitura imperfeita estaríamos fudidos. E deixa as águas rolarem. Quem sabe no próximo anos as coisas melhoram? Eu num sei. E vosmecê”?

Eu também não.

 

 

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