Quantos mais terei?

Fazendo as contas, vendo o tempo passar, no dia de hoje, oito de janeiro, seguindo a mesma rotina de sempre, penso na vida, no murmúrio do vento, avoando nas asas do pensamento, quantos anos mais viverei?

Não importa quantos serão. E sim a qualidade dos dias que virão.

Tomara sejam com a mesma qualidade de quando estava em plena mocidade. Ainda jovem o bastante para sonhar.

Não tenho motivos para queixumes. A saúde ainda me bafeja como o vento que assobia do lado de fora da minha janela.

Até na presenta data não tive doenças maiores. E faço por onde manter a mesma vitalidade de outrora.

Vícios não tenho. A não ser acordar cedo. Sair da cama num impulso frenético. Lavar o rosto na água fria do banheiro. Olhar de soslaio no espelho. E nele admirar o que o tempo faz com a gente.

Escrever tem feito parte da minha rotina costumeira. Retratar o cotidiano tem sido o começo de todas as manhãs. Um romance espera o desfecho noutro computador. As crônicas têm sido as meninas dos meus olhos.

Pensando na vida que tenho levado, nestes setenta anos acumulados, só tenho motivos para agradecer. Confesso que tenho sido relapso no que diz respeito a orar na igreja. Pois vejo Deus em todos os lugares. Converso com Ele no meu computador. E com ele me inspiro.

Quantos anos mais me esperam? Quantos dias mais viverei? Não contam os anos e sim a felicidade com a qual me encontro todos os dias. Apesar de considerar a tal felicidade efêmera como as chuvas de verão.

No momento presente estou ávido por viver mais anos. Quem sabe quantos mais serão?

Espero que sejam anos suficientes para ver meus netos crescidos. O bastante para levá-los todos a onde quiser sem a interferência dos seus pais.

De repente penso nos anos que ficaram pra trás. E como valeram a pena. Foi gratificante viver até o presente instante. Vendo meus netos nascerem. Minha família esticar cada vez mais.

Não importa o quanto ainda vou viver. E não interessa o dia em que vou morrer.

O que conta, realmente, é a qualidade de vida que terei adiante. Tomara sejam tão bons quanto foram os que passaram.

Felizes ao lado dos meus pais. Com saudade deles quando se despediram de mim.

Quantos anos mais terei pela frente? Quantos dias mais me restam?

Tudo isso considero como favas contadas.

Já que não posso predizer o futuro só me resta desejar um feliz ano novo.

A mim, a vocês, a todos os simpatizantes, leitores, que compartilhem não apenas os dissabores, como também a felicidade que desfruto agora, neste começo de mais um dia, neste ano de dois mil e vinte. Nesta nova década que tem começo.

Que ele seja tão feliz quanto os que passaram pela minha vida. Até o presente momento. Que eles durem para sempre. Embora a eternidade seja uma panaceia idílica. Impensável, surreal, como os pensamentos que vagueiam dentro de mim.

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