Proclamar o quê?

Hoje é véspera de um feriado importante.

Foi em quinze de novembro de 1889, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, um grupo de militares, sob o comando do Marechal Deodoro  da Fonseca,  deu um golpe de estado no império, consagrando-se como o primeiro presidente do país.

A partir de então o país se tornou uma república. Embora ainda sob o regime monárquico.

Hoje acordei com uma estranha sensação. Chovera durante a noite inteira. O céu ainda se mostra nublado. Mais chuva promete cair durante o final de semana prolongado.

Pensando na atual situação do país, no descalabro em que estamos vivendo, veio-me aos pensamentos um pouco da realidade brasileira.

Pensando sobre a data de amanhã, mais um dia na vida de todos nós, igual ao que temos vivido, dentro das minhas ideias penso em proclamar o quê.

Talvez o melhor seria continuar sob o jugo português. Do jeito que está, segundo o que dizia um amigo, da roça, bem dito: “pior não pode ficar”.

Proclamar, aos quatro ventos, que o país atravessa um período de crescimento seria proclamar a inverdade. Pura falsidade.

Proclamar que o desemprego está contido seria mais uma fake News.

Proclamar que atravessamos tempos de mudança, seria mais uma destemperança de minha parte. Proclamar que crescemos a passos largos, mais uma falácia enorme.

Proclamar que a corrupção foi erradicada mais uma inverdade que tenho a vergonha de dizer.

Proclamar que os brasileiros vivem tempos de felicidade explícita basta sair às ruas para comprovar meu veredicto ao revés.

Proclamar que tudo vai às mil maravilhas basta assistir aos noticiários televisivos para constatar o mal dito.

Não tenho como proclamar a felicidade se ela não estende às camadas mais pobres da população. Mais e mais pessoas estendem as mãos. Mais famílias passando necessidades. Em cada esquina um desabrigado. Pedintes mendigam migalhas. O salario mínimo não supre as necessidades. Impostos nos tiram o sono. E o governo, por mais que tente, continua sem conseguir seu intento. Políticos batem cabeça. Presos são soltos depois de comprovar-lhes a culpabilidade.

E  o povo, cada vez mais desesperançoso, não sabe que rumo tomar.

Amanhã celebra-se a proclamação da república. Deveria ser motivo de júbilo.

No entanto, dentro do que tenho assistido, mais uma vez lucubro. Proclamar o quê?

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