Que a morte te abraçou. Que seu sorriso se foi.
Com quem vou brincar ao chegar ao Edifício das Clinicas?
A quem vou chamar de vô? Sendo que meus avozinhos já se foram.
Como você, meu querido José, partiu nesse domingo tão lindo.
Como linda era a sua pessoa. Brincalhona, zombeteira, alegre e bem humorada.
Que a todos encantava com sua presença que irradiava simpatia.
De repente você se foi. Sem pedir licença, como vamos sentir a sua ausência. Subindo ou descendo pelo elevador. Sem demonstrar dor ou sofrimento você se foi.
Vamos sentir falta do seu sorriso. Do seu andar vagaroso e cuidadoso ao atravessar a faixa de pedestres defronte ao nosso edifício. E vai ser muito difícil continuar sem você amigo José.
Ao estacionar seu carrinho prateado na mesma rua onde moro. E de vez em quando subimos juntos pelo elevador. Sempre brincando temeroso de que eu lhe fizesse o tal exame por muitos temido. Mas já que você se foi espero que nos encontremos em tempo pra mim ignorado. Mas as lembranças que você amigo Zé deixou vão ser lembradas. Pois uma pessoa como você jamais deveria ser esquecida. Não apenas por sua fidalguia no trato. Como pela sua idoneidade na lida com a contabilidade.
E agora amigo José Antônio. Que deve estar fazendo companhia a outro notável Antônio. Que deixou aos Farias exemplos de idoneidade e amor a medicina.
E agora amigo ao qual chamava respeitosamente de vô. Que tem menos cinco anos que eu. Com quem as meninas do edifício das clinicas irão ficar no intervalo do almoço a prosear até que você suba ao décimo andar. Já que nessa hora você deve estar subindo mais alto.
E agora amigo José Antônio. A festa da sua presença pra nós acabou. A luz da sua amizade se apagou. O dia esfriou e a noite vai escurecer sem seu brilho. E agora você, que assina José Antônio. E tem um Teixeira no sobre. Que tem o costume de zombar dos outros. De quem iremos zombar a sua falta? E que falta você vai nos fazer. O riso não vai vir agora que você partiu. Como vamos contabilizar a sua ausência. Não apenas os Farias vão sentir a sua falta. Como todos nós também.
Seu terno agora vai junto com você à sepultura. E pra quem vai ficar seu par de óculos? Por debaixo da terra ou nos céus eles de nada irão servir.
E agora amigo José Antônio. Deixando as formalidades de lado permita-me chamá-lo de meu avozinho querido. Já que meus dois avôs já te fazem companhia. Um dia estarei ao lado de vocês.
E agora amigo Zé que você morreu. Creio que não foi de cansaço. Pois que eu saiba você não me parecia cansado quando do nosso último encontro. Ainda bastante produtivo na profissão que escolheu.
E agora amigo Zé. Sua doce palavra subiu ao infinito. Seu riso incontido se foi com você. Ódio ou raiva sei que você não tem. Seus familiares aí estão para comprovar.
E agora amigo Zé. Que foi levado aos céus sem avisar aos amigos. Tenha certeza que aqui embaixo estaremos sentindo a sua despedida. Certos que uma iremos nos encontrar novamente.
Sei que agora amigo Zé. Que você vai deixar saudades. Exemplos de verdadeira amizade e amor ao próximo.
Estive a pouco velando seu corpo. Agora você deve estar sendo sepultado. Como não posso te dar um abraço. Rir com você. Subir pelo elevador até o meu sétimo andar. Despeço-me da sua pessoa com esse texto. Sei que talvez não possa ler meu escrito. E agora que não mais estás aqui amigo Zé. Na sua subida aos céus lembre-se de mim.